Alguns estudos examinaram os fenómenos de toxicidade do CBD. Em humanos, o Epidiolex®, uma formulação de CBD aprovada pela FDA para o tratamento da síndrome de Dravet e da síndrome de Lennox-Gastaut, pode causar vários efeitos colaterais na faixa de dose recomendada de 5–20 mg/kg/dia. Os efeitos adversos mais comumente relatados incluem sonolência, diminuição do apetite, diarréia, elevação das enzimas hepáticas, fadiga/mal-estar/astenia, erupção cutânea, insónia, problemas do sono e propensão a infecções.
Além disso, embora os riscos de desenvolvimento associados ao uso de Epidiolex® em mulheres grávidas sejam desconhecidos, os resultados de estudos pré-clínicos indicam que a administração oral crónica de 250 mg/kg/dia de CBD a ratas grávidas aumenta a taxa de mortalidade embriofetal, enquanto 150 ou 250 mg/kg/dia de exposição de longo prazo durante a gravidez afeta a lactação, diminui o crescimento, atrasa a maturação sexual, produz alterações neurocomportamentais e perturba o órgão reprodutor masculino. A esse respeito, observamos efeitos neurotóxicos, na mesma faixa de dosagem, in vivo, semelhante.
Examinamos os efeitos do CBD nos padrões de aprendizagem e memória dependentes do hipocampo e observamos que o CBD prejudicou a LTP de forma dependente da dose em concentrações maiores ou iguais a 10 μM. Em conjunto, alguns resultados indicam que o CBD, em altas doses, pode prejudicar a aprendizagem e a função de memória.
De acordo com um estudo recente, mostrou que doses mais baixas (≤ 100 mg/kg/dia), o CBD não teve influência na orientação espacial e na função de memória a longo prazo em animais saudáveis. Como medida final da citotoxicidade potencial, foram expostas células HT22 do hipocampo a várias concentrações de CBD por 24 h e concluiram que concentrações ≥10 μM produziram morte celular neuronal proeminente, em concordância com os resultados que mostraram que o CBD induz disfunção mitocondrial e bloqueio da atividade do canal mtCl, na mesma faixa de concentração.