Uma meta-análise recente sobre o uso de canabinóides na Doença Inflamatória Intestinal (DII) realizada por Doeve BH et al. investigado o papel da suplementação de canabinóides na indução de variações de biomarcadores, melhorando a qualidade de vida e a mudança no risco para desfechos hospitalares selecionados.
O trabalho teve como objetivo quantificar o benefício potencial dessa integração terapêutica. Além disso, nos últimos dois anos, algumas evidências novas foram adicionadas à literatura. Da mesma maneira, ainda não há evidências sobre as dosagens recomendadas, nem das vias de administração, principalmente devido àescassez de literatura disponível sobre o assunto.
As evidências sobre a eficácia dos canabinóides no desfecho primário (remissão da doença ou redução significativa dos sintomas) na DII são, na melhor das hipóteses, mistas. Embora tenhamos observado, nos ECRs incluídos, que os pacientes com Colite Ulcerosa (CU) não beneficiaram de tratamento com canabinóides de forma significativa em comparação com os controlos placebo, há dúvidas sobre um potencial benefício da suplementação de canabinóides em pacientes com Doenças de Crohn (DC). Os resultados agrupados estavam próximos da significância estatística, o que é notável, considerando o tamanho relativamente baixo da amostra de pacientes com DC nos resultados agrupados. Além disso, a redução no Crohn’s Disease Activity Index (CDAI) foi estatisticamente significativa neste grupo de pacientes. A heterogeneidade entre os estudos foi baixa, e isso era esperado, uma vez que a maioria dos estudos tinha resultados muito semelhantes, design dos estudos patevidos, e foram conduzidos em populações presumivelmente semelhantes.
A análise de sensibilidade no resultado primário mostra que o resultado principal é robusto o suficiente a ser encontrado, mesmo que um estudo aleatório seja ignorado; no entanto, há um impacto diferente de significância estatística do resultado.