É falacioso confundir o uso recreativo/adulto de canábis, com a sua aplicação terapêutica, na medida em que as intenções dos usuários, sejam pacientes ou consumidores recreativos, são diferentes, nomeadamente a alteração do estado de consciência VS alívio dos sintomas, e os requisitos de dosagem correspondentes refletem essa mesma diferença.
A comparação dos riscos relativos do uso de canábis e do uso de opióides, não é contestar quanto aos mecanismos de ação, à responsabilidade por abuso de drogas e perfis de eventos adversos associados dos dois, uma vez que não são comparáveis.
Abordando a preocupação mais preemente sobre o uso de canábis, ou seja, o seu abuso por jovens, a melhor meta-análise dos dados, revela que mesmo o consumo mais pesado de canábis não medicinal em adolescentes e adultos jovens, as sequelas cognitivas são transitorias e não estatisticamente significativas, desaparecendo após 72 horas de abstinência, sem evidência de sequelas permanentes.
Nenhum estudo formal mostrou alterações cognitivas ou comportamentais em doentes sob canábis medicinal, e alguns até mostraram melhorias documentadas.