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O que acontece no organismo quando consumimos demasiada canábis? - Parte I

Tempo de leitura: 2 - 3 minutos

Existem efeitos colaterais associados ao uso de canábis medicinal, apesar de ser uma "planta e natural".

Sintomas como paranoia, ansiedade, aumento da frequência cardíaca, comprometimento da memória, psicose aguda (temporária) e boca seca (xerostomia) são efeitos adversos descritos.

Quando se trata de idas ao Serviço de Urgência (SU), muito provavelmente, os sintomas psiquiátricos agudos e os sintomas cardiovasculares são dos principais motivos de admissão. Embora nenhum desses sintomas ameace diretamente a vida, podem tornar-se aflitivos e desencadear alterações anómalas na pessoa.

Consumo de canábis medicinal

Intoxicação por THC

Este grupo é muito heterogêneo; a canábis pode ter contribuído, mas frequentemente os doentes apresentam-se, concomitantemente, sob outras substâncias.

As intoxicações por THC normalmente levam à ansiedade e, muitas vezes, paranoia. Estes sintomas podem ocorrer por não ter qualquer tolerância ao THC ou o conteúdo de THC inalado/ingerido é superior ao nível de tolerância do doente, experienciando um efeito excessivamente psicoativo, entrando em pânico e hiperventilação.

No SU, o tratamento vai depender da gravidade dos sintomas, variando entre casos menos graves até os casos em que se alguém está realmente agitado e é um perigo para si ou para outros, então este doente deverá receber um sedativo, para diminuição da agitação psicomotora. A maioria dos doentes nestas condições têm uma frequência cardíaca aumentada, e também costumam fazer uma eletrocardiograma (ECG) para descartar quaisquer complicações cardiovasculares.

Por mais assustador que possa parecer, a maioria das pessoas que vai ao SU por ansiedade e paranóia induzidas por THC, não tem consequências a longo prazo. Como diz o Dr. Ethan Russo, "os sintomas do paciente muitas vezes podem ser controlados acalmando-os, deixando-os confortáveis. E resolvem em poucas horas.”
 

Psicose Tóxica Aguda

Este grupo de sintomas é psiquiátrico, culminando em algo designado por psicose tóxica aguda. Embora um pouco de ansiedade ou paranóia seja comum, esta condição clínica é muito mais extrema. De acordo com o Dr. Ethan Russo, “[a intoxicação excessiva] começa com ansiedade, paranoia e pensamentos estranhos”. Na maioria dos casos, é aí que pára também. Mas com psicose tóxica, “a pessoa pode ficar delirante, agitada, paranoica. Muitas vezes não conseguem ser controlados pelas pessoas ao seu redor e acabam por ir para o hospital”.

A volatilidade das pessoas com psicose tóxica aguda é preocupante para os médicos, visto ser um grupo de doentes muito imprevisíveis. Para complicar ainda mais as coisas, não há como saber quem está em risco ou até que ponto.

Muitas vezes, é necessária uma intervenção medicamentosa, com benzodiazepinas sedativas ou antipsicóticos.

O primeiro passo é procurar aconselhamento médico.