Saiba mais

Sobre o tetra-hidrocanabinol (THC)

Tempo de leitura: 1 - 2 minutos

O tetra-hidrocanabinol (THC) é um dos compostos mais estudados da planta da canábis, mas pensar que toda a farmacologia da canábis se resume a este composto, está muito longe da verdade. O THC também é o principal componente psicoativo da canábis.

O THC tem uma estrutura molecular de 21 átomos de carbono, 30 átomos de hidrogênio e 2 átomos de oxigénio.

O THC é quimicamente semelhante aos endocanabinóides produzidos pelo corpo. Isso permite que eles interajam com recetores de canabinóides e outros.

Tetra-hidrocanabinol e a canábis

A interação do THC com os recetores de canabinóides afeta a liberação de neurotransmissores, que são substâncias químicas responsáveis pela transmissão de mensagens entre as células e têm papéis na dor, na função imunológica, no stress e no sono, entre outros.

A identificação e isolamento da estrutura molecular do THC foi realizada pelo Professor Mechoulam em 1964.

O THC é um agonista parcial dos recetores CB1 e CB2 no cérebro, a nível central, e perifericamente, apresentando efeitos analgésicos, antipruriginosos e broncodilatadores (por isso era usado para o tratamento da asma). Também é um potente antioxidante neuroprotetor, ajudando na prevenção da lesão cerebral.

Além da atividade sobre o recetor CB1, o THC é um potente analgésico e anti-inflamatório via não-CB1, apresentando 20 vezes a potencia anti-inflamatória da aspirina e 2 vezes a da hidrocortisona, mas não inibindo a COX-1 e a COX-2, não apresentando o mesmo risco cardiovascular que os AINE’s típicos.

Também é um potente relaxante muscular, aprovado no tratamento da espasticidade associada à Esclerose Múltipla, como é o caso do nabiximols, ou Sativex®. E claro, é um potente antiemético, particularmente em situações tratamentos com quimioterapia, sendo a base para a criação do canabinóide sintético, Marinol®, aprovado para o tratamento de náuseas e vómitos induzidos por quimioterapia.

Adicionalmente, parece inibir a formação de placas beta-amiloides, implicadas na fisiopatologia da Doença de Alzheimer.

O primeiro passo é procurar aconselhamento médico.