Os terpenóides apresentam propriedades anti-inflamatórias, antibióticas, frequentemente atuam sobre as emoções e são sinérgicos com o THC.
O que eles apresentam em comum é uma cadeia de 10 carbonos, sem nitrogénio e muito aromáticos.
Os terpenos, como o limoneno, presente também nos limões, e como o beta-cariofileno, presente na pimenta preta, também são encontrados na planta da canábis e têm sido algo desvalorizados, mas são os componentes que conferem características únicas a cada quimiotipo da planta da canábis.
No caso do limoneno, apresenta ações antidepressivas potentes, bem como estimulador imunitário.
O mirceno, um terpeno abundante na planta da canábis, responsável pelo efeito de “ficar preso ao sofá”, como sedativo. Um efeito muito comum em vários quimiotipos de canábis. Também apresenta efeitos analgésicos. O mirceno produz um alívio da dor semelhante ao da naloxona. No entanto, o seu efeito sedativo pode ser prejudicial para alguém que tenha de estudar ou trabalhar.
O alfa-pineno é abundante nos quimiotipos modernos de canábis. O pineno é um inibidor a acetilcolinesterase, um neurotransmissor responsável pela memória, ou seja, se for degradado muito rapidamente, nós esquecemos. Além disso é um antibiótico de largo espectro.
O linalol é um agente ansiolítico bastante potente e um poderoso anticonvulsivante.
O beta-cariofileno, é uma molécula composta por 15 carbonos e tende a ser o terpenóides mais prevalente nos extratos de canábis. Além de se apresentar como terpenóide, também se apresenta como canabinóide que afeta os recetores CB2, o recetor não-psicoativo, que medeia a ação anti-inflamatória e analgésica, mas ao contrário de qualquer anti-inflamatório não-esteroide, também atua como protetor gástrico, prevenindo o aparecimento de sintomas de dispepsia. A indústria farmacêutica tentou desenvolver uma molécula que fosse agonista CB2, mas falharam, principalmente devido à toxicidade. O beta-cariofileno também parece ser útil no tratamento de adições a outras substâncias.
A friedelina é um triterpenóide, presente apenas nas raízes e não nas flores. A friedelina é um potente agente anti-inflamatório, sem os efeitos adversos dos não-esteroides, e mostrou benefício contra várias linhas de células tumorais, e é usado de forma artesanal para o tratamento de patologias dermatológicas inflamatórias, mas também pode ser administrado por via oral.
O caripreno, uma molécula pouco conhecida, presente em pequenas concentrações nas folhas, apresenta-se como um potente agente anti-inflamatório.
E não devemos esquecer-nos das sementes, que provavelmente são o alimente mais completo que conhecemos, contendo proteínas facilmente digeríveis, equilibrada em ácidos gordos essenciais ómega-3 e ómega-6. A canaflavina, um agente anti-inflamatório que nunca foi produzido como fármaco porque a canaflavina-A é extremamente difícil de separar da canaflavina-B, por isso purificá-la é demasiado complicado. A canaflavina exerce a sua ação anti-inflamatória não passando pela COX1 ou COX2, não possuindo os efeitos adversos cardiovasculares destes fármacos.