A tetrahidrocanabivarina ou THCV está presente em pequenas quantidades na canábis da Africa do Sul, Zimbábue, etc. Durante bastante tempo não sabíamos como é que este composto atuava, mas é um químico muito interessante, visto, em baixas concentrações, ser um antagonista CB1, designado por antagonista neutro. Um pouco diferente do Rimonabant, o fármaco para a perda de peso, que foi retirado do mercado devido aos terríveis efeitos adversos, que deita completamente por terra a ação do Sistema Endocanabinóide. O THCV apenas ocupa o seu espaço no recetor diminuindo o apetite, sendo útil no síndrome metabólico, que afeta tanta gente nas sociedades ocidentais. Além de apresentar perda de peso em obesos, também se apresenta como anticonvulsivante e analgésico. O THCV é semelhante ao THC, mas com uma cadeia de 3 carbonos em vez de 5. Este composto leva-nos a pensar no equivalente, mas de CBD ou CBDV, canabivarina, que é semelhante ao CBD, mas com uma cadeia de 3 carbonos. O CBDV, tal como o CBD, é um anticonvulsivante interessante, mas que atua num tipo diferente de crises epiléticas, as crises parciais ou focais, e talvez os 2 juntos, o CBD e CBDV, possam desenvolver um melhor fármaco.
Também ouvimos falar muito das formas “cruas” de canábis ou nas formas ácidas dos canabinóides. No geral, o que a planta da canábis nos fornece não é THC, mas sim THCA (ácido tetrahidrocanabinólico) que posteriormente se converte em THC na planta. Existe muita literatura médica sobre a forma crua da canábis, ou não descarboxilada, onde perde o grupo CO2 da molécula, e as propriedades terapêuticas recaíam sobre as suas propriedades anti-inflamatórias e antineoplásicas, interagindo com o FNT-alfa (algo que o THC não apresenta capacidade) sendo bastante importante em determinadas doenças autoimunes, doenças inflamatórias intestinais e também artrite reumatoide. Também era usado com sucesso no tratamento de patologias epiléticas que não respondiam às preparações predominantes de THC ou CBD. O porquê continua por determinar, visto ainda haver muitos mecanismos que não compreendemos. Parece que não atravessa a barreia hematoencefálica, mas nós sabemos eu nas patologias epiléticas essa barreira pode ser quebrada e o THCA entrar no SNC. Também não é claro se este composto se liga ao recetor CB1 e é uma molécula bastante instável convertendo-se facilmente em THC. Mais estudos são necessários.
O CBDA parece ser um potente antiemético e 100 vezes mais potente que o CBD. Na literatura antiga, o CBDA era visto como um forte agente antineoplásico.
O canabigerol (CBG) é um precursor do CBD e do THC, mas existem genéticas de plantas de canábis que suspendem o desenvolvimento de canabinóides na fase do CBG. O CBG é um inibidor do uptake de GABA, com efeitos relaxantes musculares, que na realidade são superiores ao do THC e do CBD. Apresenta efeitos antidepressivos em modelos animais, é um hipotensor e pode reduzir a pressão intraocular; diminui a produção de queratinócitos na psoríase, apresenta propriedade antissépticas e antibióticas e é um potente agonista dos adrenorrecetores alfa-2 e antagonista 5-HT1A, com possíveis efeitos antidepressivos. Por último, o CBG atua sobre vários recetores TRP, atuando como analgésico e parece ser um poderoso ansiolítico sem sedação.
O canabicromeno (CBN) é encontrado em pequenas quantidades na planta da canábis, mas este canabinóide é formado a partir de um gene recessivo, ao contrário do CBD e do THC que são produzidos a partir de um gene codominante. O CBN é um anti-inflamatório e também analgésico, mas menos potente que o THC. Também apresenta propriedades antifúngicas e antibióticas; comparável ao CBD como agente antineoplásico. Apresenta-se como antidepressivo sobre os canais TRP e tem alguma capacidade de inibir a FAAH tal como o CBD faz podendo aumentar os níveis de anandamida.