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Canábis e sono - Parte IV

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Neste quarto artigo sobre o uso de canábis e as perturbações do sono analisamos um estudo canadiano onde é prescrita a canábis medicinal para o tratamento da insónia.

Num questionário realizado no Canadá com usuários de canábis, observaram que o sono era o principal sintoma para o qual as pessoas usavam canábis como tratamento. Neste sentido, é importante avaliarmos, o quão eficaz pode ser a canábis. O facto é que 85% dos inquiridos responderam que usavam canábis para ajudar no sono e isto certamente sugere que possa haver algum benefício terapêutico. Vimos resultados semelhantes num questionário para licenciamento de produção. Eram pacientes utilizadores de canábis medicinal autorizados, (o estudo anterior olhou para pacientes autoidentificados como utilizadores de canábis medicinal, enquanto os pacientes deste estudo são considerados pacientes que receberam aprovação médica para o uso de canábis), que é uma pequena parte da população de pacientes do estudo anterior. Neste estudo, vemos que 57% dos pacientes apresentavam prescrição de canábis medicinal para o tratamento de insónia. Ou seja, após a dor e ansiedade, em 3º lugar encontra-se a insónia, sendo uma das razões chave pelo qual os médicos prescrevem canábis medicinal no Canadá, e a ajuda no sono é uma das principais razões pela qual os usuários de canábis a usam, por isso penso ser importante considerar o papel da canábis no contexto médico, visto as pessoas estarem a usá-la. Numa revisão mais focada, mas menos recente (2014) do que as já mencionadas, os investigadores olharam exclusivamente para o uso de canábis em humanos, e concluíram, primariamente, que esta revisão de 2014 era imperfeita e claro que mais investigação é necessária nesta área. Observaram também, que o uso de canábis está associado à diminuição das ondas lentas do sono e ao aumento do estadio 2 do sono. O significado clínico disto não é claro, mas é interessante para compreender que os canabinóides têm de facto um papel no sono, ou na arquitetura do sono. Sem alterações no tempo total de sono, (ao contrário do que mostrou a revisão anterior) houve uma diminuição na latência do início do sono, referindo uma diminuição do distúrbio do sono e melhoria na qualidade do mesmo. Na insónia secundária a outras patologias médicas como dor crónica, espasticidade e Perturbação de Stress Pós-Traumático (PSPT), também conseguimos ver benefícios nestas condições clínicas. O primeiro passo é procurar aconselhamento médico. Agendar consulta