Felizmente temos uma revisão recente da literatura, de 2020, sobre canabinóides, endocanabinóides e sono, e nesta revisão vemos que:
- Os endocanabinóides são importantes no sono e na neurofisiologia do sono;
- Os padrões do sono são claramente alterados pelos canabinóides.
Nós sabemos que canábis quimiotipos I, ou altos em THC, podem diminuir a latência do inicio do sono (adormecer mais rápido); menos despertares noturnos após início do sono (menor insónia intermédia/de conciliação); e também aumenta as ondas lentas do sono com diminuição do sono REM, como acontece com vários fármacos como BDZ e álcool, e existe um efeito rebound na suspensão das BDZ e do álcool, ou seja, as pessoas apresentam aumentos do sono REM, mais perturbações atribuídas a terrores noturnos e sonhos vividos durante o efeito rebound do sono REM, que também pode ser devido a uma diminuição do sono REM aquando do uso de substâncias, como o THC. Assim, quando suspendemos a toma destas substâncias, o sono REM recupera-se.
Quanto ao CBD, também há interesse na investigação do CBD e do seu papel no sono, como sedativo, mas existe muito pouca evidência, e as evidências que temos, parecem apontar para, pelo menos, uma baixa dose de THC é útil (mesmo que em baixas quantidades), uma vez que, quando comparado ao uso de CBD isolado VS uso de um quimiotipo III, alto em CBD, apresentam mais efeitos benéficos no sono do que o CBD isolado, que não mostrou impacto no sono.