A PHDA encontra-se subdividida em 3 tipos:
- Apresentação predominantemente não atenta
- Apresentação predominantemente hiperativa-impulsiva
- Apresentação combinada
Pensa-se que exista uma alteração dos neurotransmissores dopamina, norepinefrina, e serotonina na PHDA. Múltiplas variações genéticas envolvendo estes neurotransmissores foram encontradas em pessoas com diagnóstico de PHDA. É sugerido que os 3 tipos diferentes de PHDA possam ser explicados pelo envolvimento destes neurotransmissores.
A Dopamina envia mensagens para regiões cerebrais que controlam a sensação de recompensa e motivação (núcleo accumbens); planeamento, resolução de problemas e atenção (córtex pré-frontal); e cognição e aprendizagem (estriado dorsal).
Pessoas com PHDA do tipo hiperativo-impulsivo, parecem ter uma remoção excessivamente eficiente de dopamina, o que interfere na capacidade da dopamina de exercer os seus efeitos.
A Norepinefrina está envolvida no estado de alerta, atenção e memória, e a sua deficiência poderá estar relacionada com a apresentação de não-atenção.
A perda de controlo da impulsividade e agressividade observadas na PHDA é sugerido que seja decorrente de uma desregulação da serotonina.
Existem evidências que pacientes com PHDA apresentam disfunção genética do sistema endocanabinóide e metabolismo da anandamida alterado. Uma vez que o sistema endocanabinóide está envolvido no equilíbrio das mensagens dos neurotransmissores, anomalias na sua função podem contribuir para os sintomas da PHDA.
Existem alguns estudos na literatura científica dos benefícios do tratamento com canábis medicinal.
- Um adulto de 28 anos de idade com PHDA, conseguiu ser funcional com altas doses de THC, incluindo a passagem num exame de condução. Os investigadores que reportaram o caso, referiram que, "Houve evidência de que o consumo de canábis teve um impacto positivo na performance, comportamento e estado mental do indivíduo".1
- Um relato de 2015, com 30 pacientes com PHDE, considerados como resistentes ao tratamento, afirmaram que a canábis era eficaz e bem tolerada.2
- Em estudo com 30 pacientes com PHDA, aos quais foi administrado nabiximols (1:1 THC:CBD, Sativex) não mostrou melhorias significativamente estatísticas; contudo, os scores gerais do estudo foram melhores no grupo que recebeu canabinóides quando comparado ao grupo sob placebo. Os outcomes secundários mostraram que no grupo sob canabinóides houve melhorias da hiperatividade/impulsividade e uma ligeira melhoria da intenção.3
- Em janeiro de 2020, a Technion, Israel Institute of Technology, reportou que o tratamento com canábis medicinal foi associado com uma diminuição dos sintomas de PHDA e redução do uso de medicação. Interessantemente, quantidades mais elevadas do fitocanabinóide CBN correlaciona-se com menos sintomas da PHDA.4
Bibliografia
2 Milz et al., "Successful Therapy of Treatment Resistant Adult ADHD with Cannabis: Experience from a Medical Practice with 30 Patients", in Abstract Book of the 7th Annual European Workshop on Cannabinoid Research and IACM 8th Conference on Cannabinoids in Medicine, 17-19 September 2015, Sestri Levante, Italy (Rüthen, Germany: International Association for Cannabinoid Medicines, 2015), 85.
3 E. Cooper et al., "Cannabinoids in Attention-Deficit/Hyperactivity Disorder: A Randomised-Controlled Trial," European Neuropsychopharmacology 27, no. 8 (2017): 795-808.
4 J. Y. Hergenrather et al., "Cannabinoid and Terpenoid Doses Are Associated with Adult ADHD Status of Medical Cannabis Patients, "Rambam Maimonides Medical Journal 11, no. 1 (2020): e0001.