A abordagem terapêutica do doente com Dor Neuropática (DNe) é complexa e a resposta aos tratamentos existentes é difícil de prever, sendo variável e muitas vezes dececionante. Neste sentido surge a necessidade de mais estudos e mais armas terapêuticas eficazes.

Como analgésicos, os canabinóides podem ser utilizados na dor crónica refratária aos tratamentos convencionais, na dor associada à espasticidade da Esclerose Múltipla (EM), neuropatia com hiperalgesia e alodinia traumática, cirúrgica ou induzida por quimioterapia (QT) e/ou radioterapia (RT), polineuropatia por HIV3, lesões nervosas secundárias e síndrome doloroso regional complexo1, podendo ocorrer uma sinergia “canabinóide-opióide”, com um efeito “poupador de opióides” podendo ser considerados como terapêutica de terceira linha para a dor neuropática2. Nos síndromes de dor crónica apresenta um nível de evidência A1. Além disso, há evidências mais consistentes da eficácia dos canabinóides (cannabis vaporizada, nabiximols, dronabinol) no tratamento da dor neuropática e dor crónica não oncológica, de várias etiologias, especialmente nos casos em que os tratamentos convencionais não apresentaram resposta satisfatória 2. Na dor oncológica, mostrou evidencia clínica na diminuição da perceção dolorosa, no aumento na ingestão calórica, na tendência para melhoria das náusea e vómitos, melhoria do humor e da qualidade de vida relacionada com a saúde (HQoL)1.
É importante referir que o uso de canabinóides no tratamento de qualquer tipo de dor crónica, pode melhorar o padrão e qualidade do sono associado à dor.1,2. O mesmo acontece quando nos referimos aos sintomas de ansiedade e depressão secundários a doenças crónicas 2, conseguindo abranger vários fatores do modelo biopsicossocial.
Foi publicado recentemente, em abril de 2021, um estudo retrospetivo que englobou um total de 503 participantes com dor neuropática, e idades compreendidas entre os 22 e os 99 anos, tratado com 2 rácios CBD:THC diferentes. Os resultados mostraram que 82.5% dos doentes (n=415) reportaram melhoria da dor neuropática. Em termos de efeitos adversos, 28.0% (n=141) reportaram efeitos adversos ligeiros, sendo os mais frequentes a fadiga (n = 29), aumento do apetite (n=24), sonolência (n=20) e tonturas (n=19).
O uso de canabinóides como parte de um tratamento multimodal e abrangente para a dor crónica e dor neuropática, é bem tolerado e pode desempenhar um papel importante no avanço dos planos de tratamento convencionais. Os rácios THC:CBD mais comummente usadas para atingir estes resultados foram 20:1 e 1:1.
Continua, no entanto, a ser necessário mais investigação clínica, nomeadamente estudos randomizados controlados por placebo, são necessários para confirmar estes resultados promissores no tratamento da neuropatia4.
Como analgésicos, os canabinóides podem ser utilizados na dor crónica refratária aos tratamentos convencionais, na dor associada à espasticidade da Esclerose Múltipla (EM), neuropatia com hiperalgesia e alodinia traumática, cirúrgica ou induzida por quimioterapia (QT) e/ou radioterapia (RT), polineuropatia por HIV3, lesões nervosas secundárias e síndrome doloroso regional complexo1, podendo ocorrer uma sinergia “canabinóide-opióide”, com um efeito “poupador de opióides” podendo ser considerados como terapêutica de terceira linha para a dor neuropática2. Nos síndromes de dor crónica apresenta um nível de evidência A1. Além disso, há evidências mais consistentes da eficácia dos canabinóides (cannabis vaporizada, nabiximols, dronabinol) no tratamento da dor neuropática e dor crónica não oncológica, de várias etiologias, especialmente nos casos em que os tratamentos convencionais não apresentaram resposta satisfatória 2. Na dor oncológica, mostrou evidencia clínica na diminuição da perceção dolorosa, no aumento na ingestão calórica, na tendência para melhoria das náusea e vómitos, melhoria do humor e da qualidade de vida relacionada com a saúde (HQoL)1.
Bibliografia:
1 HORLEMANN, Johannes; SCHURMANN, Norbert (2018). Hilfsmittel für die tägliche Praxis. DGS PraxisLeitlinie Cannabis in der Schmerzmedizin Version: 1.0 für Fachkreise. Berlin. ISBN: 978-3-9817530-4-2. Disponível em http://www.dgschmerzmedizin.de
2 Health Canada. (October 2018). Information for health care professionals. Cannabis (marihuana, marijuana) and the cannabinoids (Dried or fresh plant and oil administration by ingestion or other means Psychoactive agente). ISBN: 978-0-660-27828-5. Pub.: 180312
3 DELIBERAÇÃO N.º 11/CD/2019. (31 de janeiro de 2019). INFARMED, I.P.; República Portuguesa Saúde; Sistema Nacional de Saúde (SNS)
4 Paul Hart, Laszlo Mechtler, Christopher Ralyea, Vincent Bargnes, Alex Benyovszky, Yan-Ting Wang, David Kerling; “Medical Cannabis in the Treatment of Neuropathy (4596)”; Neurology® April 13, 2021; 96 (15 Supplement)